No nosso último jantar
Sentamos à mesa e comemos em silêncio, o próprio!
bebemos vinho e não brindamos
só se brinda qdo existem planos,
naquela noite,
naquela mesa
nosso ultimo jantar era a única certeza
Alguém que porventura bisbilhotasse nossa janela
veria talheres e copos flutuando sobre as velas
Nosso último jantar
Sentamos a mesa e comemos transparentes
Alguém que porventura bisbilhotasse nossa janela
veria a comida sendo digerida dentro da gente
No nosso último jantar
Sentamos à mesa e carcomimo-nos
Alguém que porventura bisbilhotasse a nossa janela, nos veria por
muito
pouco
tempo
[Michel Melamed]
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