quarta-feira, 4 de abril de 2012

Alma Feminina

Perdemos o coração de uma mulher.

E não é prudente fazer isso, pois, como nos dizem as Escrituras, o coração é fundamental. “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” (Provérbios 4:23). Acima de tudo. Por quê? Porque Deus sabe que nosso coração é a essência de quem somos. É a fonte de toda a nossa criatividade, nossa coragem e nossas convicções. É o manancial de nossa fé, de nossa esperança e, sem dúvida, de nosso amor. Esta “fonte de vida” que há dentro de nós é a essência de nossa existência, o centro de nosso ser. Seu coração de mulher é a coisa mais importante a seu respeito.

Pense nisso: Deus a criou como mulher. “Criou Deus o homem à sua imagem... homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27). Independentemente do que signifique levar a imagem de Deus, você o faz como mulher. Fêmea. Assim é como e onde você leva a imagem de Deus.

Seu coração feminino foi criado com a maior de todas as distinções possíveis — como um reflexo do próprio coração de Deus. Você é uma mulher para sua alma, para a essência de seu ser. E assim a jornada para descobrir a que Deus se referiu ao criar a mulher à sua imagem — ao criar você como sua mulher — começa com seu coração.

Outra maneira de dizer isso é que a jornada começa com desejo.

Observe os jogos que as meninas jogam e, se puder, lembre-se daquilo com que você sonhou quando era menina. Veja os filmes que as mulheres adoram. Ouça seu coração e o coração das mulheres que você conhece. O que é que uma mulher deseja? Com o que ela sonha? Pense novamente em mulheres como Tamar, Rute, Raabe — mulheres que não eram muito “de igreja”, mas pelas quais a Bíblia tem uma grande estima. Em nossa opinião, você descobrirá que toda mulher, no fundo do seu coração, deseja três coisas: ter um romance, desempenhar um papel insubstituível em uma grande aventura e revelar beleza. É isso que faz uma mulher reviver.



Quando somos jovens, queremos ser preciosas para alguém — principalmente para nosso pai. Quando ficamos mais velhas, o desejo amadurece e se transforma em um desejo de que alguém corra atrás de nós, que nos deseje e nos queira como mulher. 

“Por que sinto tanta vergonha da profundidade de meu desejo disso?”, perguntou uma jovem amiga em um desses dias. Estávamos falando de sua vida como uma mulher solteira e de como ela gostava de seu trabalho, mas preferiria estar casada. “Não quero que minha vida dependa disso, mas ainda tenho esse desejo.” Sem dúvida. Você é uma mulher.

Agora, ter um romance não é tudo o que uma mulher deseja, obviamente, não estamos dizendo que uma mulher deve extrair o significado de sua existência da condição de ter ou ter tido um romance com um homem... mas você não vê que deseja isso? Ser desejada, ter alguém que a ame atrás de você, ser a prioridade de alguém? A maioria de nossos vícios como mulheres se intensifica quando sentimos que não somos amadas ou que ninguém está atrás de nós. Em algum lugar de sua essência, talvez lá no íntimo, talvez escondido ou enterrado em seu coração, toda mulher deseja ser vista, desejada, e ter alguém que vá atrás dela. 

Queremos ter um romance.

Há algo impetuoso no coração de uma mulher. Simplesmente ofenda seus filhos, seu marido ou sua melhor amiga e você terá uma prova disso. Uma mulher é uma guerreira também. Mas se supõe que ela seja uma guerreira de um modo singularmente feminino.

Em algum momento antes de as tristezas da vida fazerem o possível para matar isso em nós, a maioria das jovens queria fazer parte de algo grandioso, de algo importante. Antes que a dúvida e a acusação as surpreendam, a maioria das meninas sente que tem um papel vital a desempenhar; elas querem acreditar que existe algo nelas que é necessário, e desesperadamente necessário.

As mulheres adoram aventuras de todos os tipos. ir para um país estrangeiro, atuar no palco, ter filhos, começar um negócio ou mergulhar mais profundamente no coração de Deus, fomos criadas para fazer parte de uma grande aventura. Uma aventura que é compartilhada. Não queremos a aventura simplesmente pela aventura, mas pelo que ela requer de nós para os outros. Não queremos estar sozinhas nessa aventura; queremos estar nela com outras pessoas.

Você se lembra das saias rodadas? A maioria das meninas passa por uma fase em que elas não usam nada que não tenha movimento (e, se brilhar, muito melhor). Dar às meninas uma caixa cheia de chapéus, echarpes, gargantilhas e roupas resulta em horas a fio de brincadeira sem fim. Os colares de contas encontrados em lojas de varejo são jóias inestimáveis; sapatos usados são sapatos de cristal. As camisolas da vovó são vestidos de baile. 
Uma vez vestidas, elas dançam pela casa ou se enfeitam em frente de um espelho.

O coração jovem dessas meninas intuitivamente deseja saber que elas são adoráveis. Algumas perguntam com palavras: “Sou linda?”.

Outras simplesmente perguntam com os olhos. Expresso em palavras ou não, seja usando um vestido brilhante ou cheio de lama, todas as meninas querem sabê-lo.

Você não reconhece que uma mulher deseja ser vista e considerada cativante? Desejamos possuir uma beleza que mereça que os homens andem atrás de nós, que mereça que lutem por nós, uma beleza que é a essência de quem realmente somos. Queremos a beleza que pode ser vista; a beleza que pode ser sentida; a beleza que afeta os outros; uma beleza que seja toda nossa para ser revelada.

Extraído do livro "Em busca da Alma Feminina" - Stasi Eldredge